Nicole Silveira está otimista para ano até Milão-Cortina

Faltando um ano para os Jogos Olímpicos de Inverno Milão-Cortina D’Ampezzo 2026, Nicole Silveira é uma das esperanças de medalha do Brasil. Quinta colocada no ranking mundial do skeleton feminino, a atleta vem em franca evolução nesta temporada, se colocando de vez entre as principais atletas do planeta na modalidade. Em entrevista exclusiva ao OTD, Nicole falou sobre seus bons resultados recentes e a preparação para a sua segunda Olimpíada de Inverno.

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Nicole Silveira compete no skeleton desde 2017. E oito anos atrás ela não conseguiria imaginar que chegaria aos resultados que teve nesta temporada. “Tem sido surreal. Essa é a palavra que eu tenho usado desde o início para descrever minha carreira. Eu sempre tive grandes objetivos, que atrás da minha cabeça eu não achava possível. E foi desde o começo de querer participar de uma Copa do Mundo, depois conseguir um top-10. E eu dizia que o dia que eu conseguisse uma medalha na Copa do Mundo já dava para aposentar feliz. Então acabou acontecendo não só uma vez, mas duas por enquanto. E tem sido muito bom mesmo”, afirmou a atleta que ganhou o bronze nas etapas de Pyeongchang e de St. Moritz da Copa do Mundo de Skeleton 2024/2025.

Primeiro pódio em condições atípicas

A primeira medalha de Nicole Silveira na Copa do Mundo veio com uma pitada de sorte. Ela já tinha se mostrado uma candidata ao pódio uma semana antes ao vencer uma etapa da Copa da Ásia que serviu como um pontapé inicial para a temporada das principais atletas do Circuito Mundial. Mas na Copa do Mundo de Pyeongchang, as condições da disputa foram longe do ideal, com uma temperatura alta para a prática do skeleton deixando a superfície do gelo instável.

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Foi uma competição meio estranha assim. O tempo estava bem quente, com 16° C naquele dia, então estavam acontecendo coisas estranhas. Algumas atletas estavam tendo descidas boas, mas os tempos não estavam tão bons. Eu tive descidas boas, então deu para mim ficar feliz com meu resultado e fiquei só vendo as outras atletas terminando atrás de mim. Então acho que na hora eu ainda não acreditei. Foi só quando cheguei na cerimônia mesmo e vi a bandeira ali no pódio que que eu me toquei e foi incrível a sensação, mesmo meio que sem acreditar.

De volta à normalidade com dobradinha em família

Nicole Silveira é casada com a belga Kim Meylemans. Juntas, elas montaram uma equipe, o Team BB (com as iniciais dos dois países) para compartilhar recursos e estrutura de treino. O casal conseguiu uma dobradinha na Copa do Mundo de St. Moritz, na Suíça, em janeiro deste ano, no que foi o segundo pódio da carreira de Nicole, desta vez em condições normais de pista, contando mais com uma boa pilotagem do que com a sorte.

“Acho que essa experiência foi uma das mais marcantes na minha carreira até hoje, não somente por ter ganhado uma medalha, mas porque minha esposa também ter recebido uma. Então foi a primeira vez que a gente conseguiu subir no pódio juntas e ver as duas bandeiras sendo levantadas. Então isso foi um momento muito especial e também, obviamente, não ter esse aspecto de ter tido sorte. Eu estava tendo treinos muito bons e chegou no dia da competição e consegui repetir tudo na pista”, afirmou Nicole.

O Team BB passou por mudanças em 2023, com troca de treinador e de equipamentos. Enquanto Kim teve um bom desempenho na temporada 2023/2024, com pódios em Copa do Mundo e se sagrando campeã europeia, Nicole Silveira teve dificuldade para se acostumar com as mudanças. Mas tudo isso passou e agora a brasileira está na sua melhor forma.

“Os detalhes são importantes no nosso esporte. No ano passado iniciamos um time novo, com treinador novo, equipamento novo, tudo era novidade para mim. Então eu acho que foram muitas mudanças em uma temporada que meio que não deu para ver o tanto que eu tinha evoluído por conta disso. Mas agora, quando a gente entrou na pré-temporada, essas coisas já não eram mais novidade para mim e conseguimos dar continuidade ao trabalho. Minha pilotagem melhorou, como também me encaixei melhor com o trenó. Tive um verão mais positivo também, com os treinos físicos. Então tudo meio que andou junto”, explicou a brasileira.

Dona das Américas

No final de janeiro, Nicole foi para os Estados Unidos disputar o Campeonato Pan-Americano de skeleton, junto de uma etapa de Copa América da modalidade, em Lake Placid. A brasileira teve um ótimo desempenho e levou a medalha de ouro, conquistando o seu primeiro título continental. Na ocasião, várias das melhores atletas do mundo foram à pista norte-americana que vai receber o Mundial deste ano em março, como uma oportunidade de treinar para a competição.

“Foi bom ter ido para lá, eu diria mais para ter um reconhecimento da pista. A última vez que eu estive lá foi no ano passado, então foi bom estar lá de novo, mais antes do Mundial. Infelizmente, essa semana que a gente esteve em Lake Placid, as condições da pista estavam péssimas. O gelo não estava perfeito, não estava liso. Então eram condições bem difíceis para descer na pista. No final consegui fazer o que precisava ser feito para ganhar a prova. Espero que até a semana do Campeonato Mundial eles consigam arrumar a pista”, disse Nicole.

A temporada 2024/2025 do skeleton encerra em março após o Mundial de Lake Placid. Na próxima, já vale a classificação para os Jogos Olímpicos de Inverno Milão-Cortina D’Ampezzo 2026. Nicole Silveira precisa estar entre as 25 primeiras colocadas do ranking mundial para ir à sua segunda Olimpíada. Mas se repetir os bons resultados das últimas provas, isso não será problema para a brasileira que está em quinto lugar no ranking na temporada atual.

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