Calor pode matar mais de 2 milhões na Europa até 2099

Um estudo do LSHTM (Laboratório de Modelagem Ambiental e de Saúde, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres), publicado na Nature Medicine na 2ª feira (27.jan.2025), prevê que as mudanças climáticas podem matar mais de 2,3 milhões de pessoas na Europa até 2099. (Eis a íntegra – 7 MB).

A pesquisa analisou o impacto do aumento de temperatura na mortalidade em 854 cidades europeias, considerando diversos cenários climáticos, demográficos e de adaptação. Historicamente, o continente registrou maior mortalidade devido ao frio em comparação com o calor.

O estudo investigou se as mudanças climáticas poderiam levar a uma redução líquida das mortes relacionadas à temperatura. Os resultados indicam que, sem medidas de adaptação, o aumento nas mortes por calor superaria qualquer redução nas mortes por frio em todos os cenários analisados.

No cenário de menor mitigação e adaptação, prevê-se um aumento líquido de 49,9% na mortalidade devido às mudanças climáticas, totalizando 2.345.410 mortes entre 2015 e 2099. Mesmo em caso de alta adaptação, com uma redução de risco de 50%, a tendência de aumento da mortalidade climática permanece.

Malta e Itália apresentaram as piores estimativas de mortes por calor a cada 100 mil pessoas/ano, enquanto a Noruega teve os índices mais amenos. O estudo retrata uma possível diminuição da mortalidade em países do norte da Europa, mas uma vulnerabilidade significativa na região do Mediterrâneo e na Europa Oriental.

“Sem adaptação ao calor, apenas no Norte da Europa a diminuição das mortes relacionadas ao frio compensa ligeiramente o aumento das mortes relacionadas ao calor” afirma a pesquisa. “Nossos resultados destacam disparidades espaciais com impactos futuros substanciais em países do Mediterrâneo e menores aumentos líquidos de mortes relacionadas à temperatura em países orientais e ocidentais”.

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