Netanyahu critica confusão durante libertação de reféns do Hamas, e Israel suspende soltura de prisioneiros palestinos


Oito reféns, entre eles três israelenses, foram soltos pelo grupo terrorista palestino nesta quinta (30). Netanyahu repudiou confusão durante soltura de reféns. Hamas solicitou aos mediadores do cessar-fogo que intervenham na decisão de Israel. Refém israelense Arbel Yehud, de 29 anos, sendo conduzida por membros do grupo terrorista Hamas em meio a multidão durante libertação em 30 de janeiro de 2025.
REUTERS/Ramadan Abed TPX IMAGES OF THE DAY
Israel suspendeu “até nova ordem” a libertação dos 110 presos palestinos que seriam soltos nesta quinta-feira (30) após o grupo terrorista Hamas ter libertado oito reféns na Faixa de Gaza, três deles israelenses, segundo agências de notícias.
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As libertações seriam uma contrapartida à soltura dos reféns pelo Hamas, segundo os termos acordados entre as partes durante o fim de semana e que integram o cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza
“O primeiro-ministro israelense instruiu o adiamento da liberação dos palestinos programados para serem libertados na quinta-feira até que a saída segura dos reféns israelenses seja garantida nos próximos dias”, afirmou o gabinete de Netanyahu em comunicado.
Os ônibus que transportavam esses presos foram instruídos a retorarem às prisões, segundo uma autoridade israelense ouvida pela Reuters.
O Hamas solicitou aos mediadores que intervenham na decisão de Netayahu de atrasar a libertação dos prisioneiros palestinos, disse um oficial do grupo à Reuters.
O grupo terrorista Hamas soltou oito reféns em uma nova rodada de libertações nesta quinta-feira (30), segundo agências de notícias. Três dos libertados são israelenses e cinco são tailandeses. Em troca, Israel deve soltar 110 prisioneiros palestinos nas próximas horas.
O Exército israelense confirmou o recebimento da soldado israelense Agam Berger, de 19 anos, por volta das 6h no horário de Brasília. Solta em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, Berger já está em território israelense. Ela se reuniu com sua família e foi levada ao hospital para ser examinada.
Horas depois, cerca de 8h40 no horário de Brasília, o Exército israelense confirmou o recebimento dos outros sete reféns. Entre eles, estão Arbel Yehud e Gadi Mozes, civis israelenses de 29 e 80 anos, respectivamente, e cinco tailandeses.
Esses sete reféns foram soltos pelo Hamas em meio a uma multidão em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. Eles já estão em território israelense e foram levados a hospitais para passar por avaliação médica, segundo o Exército de Israel.
Os cinco tailandeses foram identificados por Israel: Thenna Pongsak, Sathian Suwannakham, Sriaoun Watchara, Seathao Bannawat e Rumnao Surasak.
Horas após as libertações, Israel suspendeu a libertação dos 110 presos palestinos que seriam libertados “até nova ordem”, segundo a agência AFP com base em um rádio militar. Os ônibus que transportavam esses presos foram instruídos a retorarem às prisões, segundo uma autoridades israelense ouvida pela Reuters.
Ainda não se sabe se esse atraso na soltura dos prisioneiros palestinos tem a ver com a reação do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre o contexto em que ocorreu a libertação de Yehud e Mozes em Khan Younis, no sul de Gaza. Netanyahu repudiou a confusão durante a libertação, que chamou de “inaceitável”, e exigiu melhores condições de soltura para os próximos reféns.
“Vejo com extrema gravidade as cenas chocantes durante a libertação de nossos reféns. Isso é mais uma prova da crueldade inconcebível da organização terrorista Hamas. Exijo que os mediadores garantam que cenas tão horríveis não se repitam e assegurem a segurança de nossos reféns. Quem ousar prejudicar nossos reféns pagará o preço”, afirmou Netanyahu.
Soldado israelense é primeira a ser libertada pelo Hamas em nova rodada de troca de reféns
Arbel Yehud, Agam Berger e Gadi Mozes (da esquerda para direita), reféns israelenses em poder do grupo terrorista Hamas que devem ser soltos em 30 de janeiro de 2025.
Movimento ‘Bring Them Home Now’ via Reuters
Familiares dos reféns comemoraram as libertações desta quinta, e multidões em Tel Aviv, capital de Israel, também celebraram.
O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou na quarta-feira (29) que três reféns três homens mantidos em cativeiro pelo Hamas serão libertados no sábado.
O Hamas afirmou na segunda-feira que 25 dos 33 reféns que serão libertados durante o cessar-fogo estão vivos, e 8 deles estão mortos.
Um cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas está em vigor desde 19 de janeiro e prevê a troca de todos os reféns ainda em poder do grupo terrorista na Faixa de Gaza. Leia mais abaixo sobre as etapas sobre o acordo.
Três reféns foram libertadas ainda no dia 19. Outras quatro reféns foram libertadas na rodada mais recente, no sábado (25).
Soldado israelense Agam Berger libertada por terroristas do Hamas em 30 de janeiro de 2025.
REUTERS/Mahmoud Issa
Refém israelense Arbel Yehud, de 29 anos, sendo conduzida por membros do grupo terrorista Hamas em meio a multidão durante libertação em 30 de janeiro de 2025.
REUTERS/Moaz Abu Taha
Soldado israelense Agam Berger reunida com seus pais após ser libertada pelo grupo terrorista Hamas em 30 de janeiro de 2025.
Divulgação/Gabinete do primeiro-ministro de Israel
Etapas do acordo de cessar-fogo
Local onde soldado Agam Berger foi libertada pelo Hamas em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, em 30 de janeiro de 2025.
REUTERS/Mohammed Salem TPX IMAGES OF THE DAY
No dia 15 de janeiro, Israel e Hamas chegaram a um acordo que pode colocar um fim definitivo na guerra após mais de seis meses de negociações. As conversas foram mediadas por Estados Unidos, Catar e Egito.
Após uma semana em vigência, o acordo já permitiu que reféns tomados pelo Hamas voltassem para Israel. Agora, com a liberação de Israel nas vias do norte de Gaza, as famílias deslocadas pelo conflito poderão retornar a seus locais de origem, mas sem portar armas.
A partir daí, tropas israelenses se retirarão do corredor Netzarim, a via principal de Gaza. A travessia de Rafah, entre o Egito e Gaza, voltará gradualmente a operar, permitindo a passagem de pessoas doentes para tratamento fora do território.
Será permitido o aumento da entrada de ajuda humanitária a Gaza. A expectativa é que 600 caminhões possam entrar por dia, o triplo do máximo atingido durante o conflito.
Nas semanas seguintes, devem ocorrer liberações periódicas pelos dois lados, até um total de 33 reféns israelenses — vivos ou mortos — e quase 2 mil palestinos (1.167 detidos em Gaza desde o início da guerra e 737 remanescentes detidos antes de 8 de outubro de 2023).
Na segunda etapa do acordo, que prevê a liberação de mais reféns e a retirada das tropas de Israel em Gaza.
Já a terceira e última fase do acordo prevê o estabelecimento de negociações sobre a reconstrução de Gaza, que poderia levar anos. Há, porém, um debate sobre quem governaria a região: Israel não aceita que seja o Hamas, que hoje controla o território palestino. Devolução de todos os demais corpos de reféns.
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