Embaixada do Brasil é alvo de ataque no Congo

Em ataque que ocorre em meio a protestos contra conflito que assola Goma, a Embaixada do Brasil foi atingida, em Kinshasa – capital da República Democrática do Congo. Outras representações diplomáticas estrangeiras também foram alvo da rebelião nesta terça-feira (28). Os funcionários brasileiros e o encarregado de negócios não se feriram e estão bem.

O Itamaraty, por meio de nota, manifestou preocupação em relação ao ocorrido. “O governo brasileiro expressa grave preocupação com os ataques a representações diplomáticas estrangeiras ocorridos hoje, 28/1, em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, inclusive à Embaixada do Brasil, cuja bandeira foi retirada e levada pela multidão”, diz o comunicado.

Segundo o Itamaraty, a bandeira brasileira foi retirada e levada pela multidão, durante o ataque à representação diplomática. Representações dos Estados Unidos, França, Bélgica e Ruanda também foram atacadas.

A ação dos rebeldes no Congo

Este episódio nas embaixadas ocorreu após um avanço relâmpago do grupo rebelde M23 nas últimas semanas. Eles forçaram milhares de pessoas a fugirem de suas casas e arrisca reacender uma guerra regional.

O Grupo M23 diz ter capturado Goma, no leste da República Democrática do Congo e uma das maiores do país, com cerca de 1 milhão de habitantes. Nesta quarta-feira (29), os rebeldes declararam que tomaram controle do aeroporto local. Até o momento mais de 100 pessoas morrera e mais de 1 mil pessoas ficaram feridas nas ações extremistas nos últimos três dias.

Desde 2022, o grupo tem intensificado investidas contra o país. Ele acusa o governo congolês de não cumprir um acordo de paz firmado entre os dois, em 2009, e de não integrar totalmente os tutsis ao exército e à administração nacionais.

A água e a eletricidade foram cortadas desde o dia 26 de janeiro e o acesso à internet interrompido desde o dia 27, dificultando os esforços humanitários. O aeroporto de Goma está fechado, com suspensão do tráfego aéreo, incluindo carga humanitária e chegada e saída de pessoal.

A ONU demonstra, portanto, preocupação com o alastramento do conflito pelo resto do país. Hoje, são mais de 100 milhões de habitantes e tem uma das piores crises de deslocados da atualidade, com mais de 6,5 milhões de pessoas afetadas.

Nomeação de General brasileiro

O general de divisão do Exército Brasileiro, Ulisses Mesquita Gomes, foi designado pela ONU para comandar as forças da Monusco (Missão das Nações Unidas para a Estabilização da República Democrática do Congo).

A nomeação, anunciada pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, ressalta os 35 anos de experiência do oficial brasileiro em resposta a crises, gerenciamento de conflitos e manutenção da paz. Ele sucede o comandante interino da força, o major-general Khar Diouf, do Senegal.

Mesquita Gomes se destaca pela implantação da Missão da ONU no Haiti, Minustah, entre 2008 e 2009. O general do Brasil é bacharel em direito pela Universidade Federal de Minas-Gerais e mestre em Ciências Militares e Direito pela Escola de Estado-Maior do Exército Brasileiro.

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