Artigo – “Números que recomendam reflexões ao RN”, por Roberto Serquiz

Roberto Serquiz, industrial, Presidente do Sistema FIERN

 

O Observatório da Indústria MAIS RN, da FIERN, tem entre suas atividades o acompanhamento dos números oficiais dos portais de transparência e de informações que acessa através de mais de 45 termos de cooperação com entidades, secretarias, orgãos e universidades. Somando esse acesso à sua expertise técnica, faz a leitura de dados que exigem a atenção de toda a sociedade e apontam para a urgência – repito, urgência – de medidas céleres e compartilhadas pelo reposicionamento fiscal e pela competitividade do nosso estado.

 

Quando sugerimos um grande pacto pelo Rio Grande do Norte não é uma proposta vazia. Sem um pacto vigoroso que envolva todos os Poderes, principais órgãos, sociedade civil, empreendedores e suas instituições, muito dificilmente efetivaremos as alternativas que evidenciam soluções para o Estado. Os desafios que já são significativos, lamentavelmente, se agravam a cada mês, desde 2014, quando na época o Mais RN acenou para necessidade desse pacto para resgatar a situação fiscal do estado.

 

Consolidando dados compreendidos entre agosto de 2023 e agosto de 2024 sobre despesas com pessoal, utilizando o método per capita, chegamos a constatações que, no mínimo, merecem serena reflexão: a) o Poder Executivo do Rio Grande do Norte, no período mencionado, foi o mais caro da Região Nordeste; b) o Poder Judiciário no nosso Estado é, pelo método citado e no período estudado, o segundo mais caro do Nordeste, atrás apenas do Estado de Sergipe; c) o Legislativo, praticamente, empata com o Estado do Piauí também na primeira colocação de gastos; d) como era esperado, o RN é o penúltimo estado em investimentos, abaixo da média do Nordeste.

 

Compreendo que este quadro não é de hoje e, evidentemente, existem razões técnicas para a configuração de tal realidade, mas sem estudarmos meios de diminuição nos custos das folhas de pessoal e no déficit previdenciário, as chances de recursos financeiros para investimentos serão menores. Aliás, também continuará a faltar meios para a correta e satisfatória prestação dos serviços públicos, notadamente, saúde, segurança e educação. Sob todos os aspectos, aqueles que mais precisam dos serviços públicos são os mais penalizados. Seja pela ausência de investimentos em infraestrutura e oportunidades de trabalho, seja pela insuficiente ação governamental em áreas vitais para a população.

 

O Estado, seja ele onde for, precisa ter a correta dimensão de que a “atividade-meio” (sua burocracia, agentes, custeio, etc) não pode inviabilizar sua “atividade-fim”. No Rio Grande do Norte, apesar de todos os esforços de seus dirigentes, a situação é grave e exige o comprometimento de todos em prol de uma pauta que gere dividendos sociais e financeiros.

 

A FIERN, o Sistema Indústria, há muito já se apresentou para colaborar. Vimos apontando alternativas para a manutenção e atração dos investimentos privados necessários ao fortalecimento da atividade econômica, e consequentemente, à geração de emprego e renda. Construímos uma agenda propositiva que reúne ações necessárias para a infraestrutura, logística, competitividade e atualização de legislações a fim de superar entraves a um novo ritmo de desenvolvimento; e reiteramos que estamos prontos para servir ao Rio Grande do Norte.

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