22 ministros de Lula mostram indignação sobre brasileiros deportados

Ao menos 22 ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostram indignação com o fato de brasileiros deportados dos Estados Unidos terem sido transportados algemados. O episódio foi explorado pelo governo, que publicou um vídeo nas redes sociais exaltando a resposta do petista no caso.

Os ministros elogiaram o envio de um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para concluir o traslado. O avião fretado, da empresa norte-americana Global X,  precisou fazer um pouso de emergência em Manaus (AM) na 6ª feira (24.jan) por causa de problemas técnicos. O destino final era Belo Horizonte (MG). Ao deixarem a aeronave, os 88 brasileiros deportados apareceram algemados.

Alguns exaltaram Lula, enquanto outros apenas compartilharam o vídeo oficial produzido pela Secom (Secretaria de Comunicação).

 

A mobilização governista nas redes ocorre em meio à tentativa de reverter o impacto do Pixgate, considerado uma das maiores derrotas políticas de Lula neste mandato. O novo ministro da Secom, Sidônio Palmeira, encarregado de melhorar a popularidade do presidente, já havia indicado que uma presença mais ativa da base aliada nas redes sociais seria uma das prioridades da gestão. O caso dos brasileiros algemados se torna, assim, uma oportunidade para fortalecer a imagem do governo.

Leia o que disseram alguns dos ministros de Lula:

  • Macaé Evaristo, ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, se encontrou com os deportados e compartilhou 1 vídeo do momento.

  • Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais:

  • Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia:

  • Paulo Teixeira, ministro do desenvolvimento agrário e agricultura familiar:

  • Renan Filho, ministro dos Transportes do Brasil:

Os ministros, no entanto, não citaram nas redes sociais que algemas nos pulsos e correntes nos tornozelos são comuns nesses casos em que imigrantes ilegais são detidos por agentes de imigração norte-americanos –e precisam ser transportados de um local para o outro. Isso inclui também o momento em que os detentos estão sendo conduzidos em viagens aéreas.

O procedimento é adotado por 2 motivos. Primeiro, para proteger a pessoa que está sob custódia do Estado, que pode nesse tipo de situação se machucar ou até cometer algum ato extremo contra si própria. O outro motivo é para proteção dos agentes de segurança.

Segundo apuração do Poder360, os deportados são brasileiros que, em sua maioria, foram presos nos EUA por estarem no país de forma irregular e não podem mais recorrer à Justiça norte-americana.

USO DE ALGEMAS É PADRÃO NOS EUA

Nos Estados Unidos, quando alguém fica sob a custódia do Estado por ter cometido uma infração –inclusive ter entrado no país ilegalmente–, o procedimento padrão é ser algemado ao ser transportado de um local para outro.

Não importa a gravidade do delito: todos precisam ter os movimentos limitados. Em alguns casos, as algemas são colocadas nos pulsos e nos tornozelos de quem está detido. Isso é feito para proteger os agentes policiais de eventuais ataques das pessoas presas –inclusive durante voos, como foi o caso do avião que trouxe os brasileiros que estavam ilegais nos EUA de volta para o Brasil.

De 27 de janeiro de 2023 a 10 de janeiro de 2025, o aeroporto de Confins (MG) recebeu 3.660 pessoas deportadas dos EUA em 32 voos fretados pelo governo norte-americano. Essas deportações foram realizadas a partir do início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enquanto Joe Biden (Democrata) era presidente dos EUA. Desde 2ª feira (20.jan.2025), o presidente dos EUA é Donald Trump (Republicano).

Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/poder-internacional/governo-lula-recebeu-32-voos-de-deportados-dos-eua-com-biden/)
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Como em Manaus foi uma aeronave da FAB que continuou o trajeto até Belo Horizonte, os deportados já estavam sob jurisdição brasileira e não seria mais necessário usar algemas nem seguir os procedimentos legais dos EUA. A rigor, a ordem do Ministério da Justiça apenas expressou algo que já aconteceria de qualquer forma.

Os brasileiros chegaram a Manaus na 6ª feira (24.jan) e fazem parte da 1ª leva de deportações ao país após a posse do presidente Donald Trump (Partido Republicano), na 2ª feira (20.jan). Estas deportações, no entanto, são parte de um acordo firmado em 2018, durante o governo do então presidente Michel Temer (MDB), com início em 2019. Ou seja, não têm relação com as medidas assinadas pelo republicano.

Conforme mostrou o Poder360, o governo de Joe Biden (Partido Democrata) deportou mais brasileiros do que os de Barack Obama (Partido Democrata) e de Donald Trump. De 2021 a 2024, foram deportados 7.168 brasileiros, o que corresponde a 1,31% do total de deportações, que somaram 545.252.

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