90 reféns israelenses seguem em Gaza, afirmam FDI

O porta-voz das FDI (Forças de Defesa de Israel), Daniel Hagari, anunciou neste sábado (25.jan.2025) que ainda há 90 israelenses mantidos como reféns pelo grupo extremista Hamas na Faixa de Gaza. A declaração foi feita depois da libertação de 4 soldados israelenses que estavam em cativeiro desde outubro de 2023.

“Hoje, recebemos de volta mais quatro reféns israelenses após 477 dias sob o domínio do Hamas”, afirmou Hagari, em pronunciamento na TV israelense. “Não podemos e não iremos esquecer os 90 reféns que continuam vivendo sob brutalidade no cativeiro do Hamas”

Karina Ariev, de 20 anos, Daniella Gilboa, 20, Naama Levy, 20, e Liri Albag, 19, foram sequestradas em outubro de 2023 durante um ataque na Faixa de Gaza. As 4 militares cruzaram a fronteira com o país e foram entregues às suas famílias. Elas passaram por exames médicos logo após serem libertadas.

O porta-voz disse ainda que o grupo palestino violou o acordo de cessar-fogo. “O Hamas falhou em cumprir suas obrigações de liberar primeiro os reféns civis israelenses”

Esse é o 2º grupo de reféns liberados pelo Hamas. No dia 19 de janeiro, as israelenses Romi Gonen, 24 anos, Doron Steinbrecher, 31 anos, e uma israelense-britânica, Emily Damari, 28 anos, foram entregues à Cruz Vermelha. As 3 estavam detidas desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023.

O CESSAR-FOGO

O acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas foi selado em 17 de janeiro, depois de impasses nas negociações, e prevê 3 etapas. A 1ª etapa contempla a libertação de reféns por ambos os lados. O Hamas deve soltar 33 reféns israelenses –vivos ou mortos. O grupo extremista vai priorizar mulheres, crianças e idosos. Já Israel deve liberar prisioneiros palestinos.

Durante essa fase, prevê-se que haja:

  • Segurança no corredor da Filadélfia (território ao longo da fronteira entre a Faixa de Gaza com o Egito);
  • Volta gradual das operações na fronteira entre Rafah, na Faixa de Gaza, e o Egito; espera-se que pessoas doentes e casos humanitários possam ir para território egípcio receber tratamento e que ajuda humanitária entre no enclave;
  • Permissão para que residentes desarmados do norte do enclave palestino possam voltar para suas cidades –durante o conflito, a maioria dos palestinos se deslocou para o sul;
  • Retirada e tropas israelenses do corredor Netzarim, no centro da Faixa de Gaza.

2ª etapa deve se iniciar em 3 de fevereiro, no 16º dia do acordo. Essa fase inclui a libertação de mais reféns e prisioneiros.

O Ministério da Justiça israelense disse que deve libertar, no total, até 1.904 pessoas –entre elas, 737 que estavam presas por razões diversas e 1.167 palestinos que foram detidos na Faixa de Gaza durante a ofensiva terrestre das FDI (Forças de Defesa de Israel).

A previsão é que a libertação dos reféns e prisioneiros dure 42 dias, “durante as quais haverá uma pausa nos combates”. Segundo documento publicado na 6ª feira (17.jan) pelo ministério (íntegra, em hebraico – PDF – 637 kB), os prisioneiros serão libertados apenas depois que os reféns israelenses não estiverem mais sob o domínio do Hamas.

3ª e última fase do acordo de cessar-fogo também deve ser iniciada em 3 de fevereiro. Será quando vão se iniciar as negociações para a reconstrução da Faixa de Gaza.

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