Trump é o 2º presidente dos EUA com mandatos não consecutivos

Ao tomar posse nesta 2ª feira (20.jan.2025), Donald Trump se tornará o 2º presidente dos Estados Unidos com 2 mandatos não consecutivos. Entre os republicanos, ele foi o 1º a conquistar esse feito. A marca só havia sido atingida pelo democrata Grover Cleveland, que comandou a Casa Branca de 1885 a 1889 e de 1893 a 1897.

Assim como Trump, Cleveland foi derrotado nas urnas em sua 1ª tentativa de reeleição. Concorreu novamente 4 anos depois e conquistou seu 2º e último mandato na Casa Branca. À época, não havia limite de mandatos. A regra foi aprovada só em 1951. Vale para 2 mandatos, consecutivos ou não.

1ª MANDATO

Em 2016, Trump enfrentou Hillary Clinton em uma das disputas mais polarizadas da história americana. Apesar de perder no voto popular (com aproximadamente 3 milhões de votos a menos), ele venceu no Colégio Eleitoral com 304 votos contra 227 de Clinton, sendo eleito o 45º presidente dos Estados Unidos.

Durante o mandato, implementou políticas conservadoras e focou em promessas de campanha como cortes de impostos, nomeação de juízes conservadores à Suprema Corte, renegociação de acordos comerciais, como o USMCA (substituto do NAFTA) e isolacionismo, como a retirada dos Estados Unidos no Acordo de Paris.

Ele também enfrentou críticas por sua abordagem à pandemia da covid-19, tensões raciais e polarização política.

Foi alvo de um processo de impeachment na Câmara dos Representantes, acusado de abuso de poder e obstrução do Congresso. O Senado, controlado pelos republicanos, o absolveu em 2020.

DERROTA

Trump buscou a reeleição em 2020, enfrentando o democrata Joe Biden, ex-vice presidente de Barack Obama. A campanha foi marcada pela pandemia e protestos contra injustiças raciais. Apesar de ter uma base leal e alcançar mais de 74 milhões de votos (cerca de 11 milhões a mais do que em 2016), perdeu a disputa para o ex-vice presidente, que conquistou mais de 81 milhões de votos e 306 votos no Colégio Eleitoral.

Com derrota, Trump contestou os resultados, alegando fraude eleitoral sem apresentar provas concretas. A situação culminou na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores do republicano tentaram impedir a certificação da vitória de Biden.

Em novembro de 2022, Donald Trump anunciou sua candidatura para as eleições presidenciais de 2024, buscando um retorno histórico à Casa Branca. Ele entrou na corrida com promessas de “restaurar a grandeza” dos Estados Unidos e consolidar sua influência no Partido Republicano.

RETORNO À CASA BRANCA

Após ganhar as primárias republicanas sem grandes esforços, Trump participou de um debate televisionado pela CNN contra Biden em junho de 2024.

O desempenho fraco de Biden aumentou a pressão pela sua desistência na corrida presidencial, com questionamentos sobre a capacidade de enfrentar Trump por causa da idade avançada e sinais de fragilidade física e cognitiva.

Além disso, Trump foi alvo de um atentado contra sua vida. Apesar do susto, o ex-presidente escapou do ataque, o que fortaleceu ainda mais o apoio de sua base e aumentou a intensidade de sua campanha, em contraste à figura combalida de seu adversário.

Apesar de inicialmente indicar que buscaria a reeleição, Biden anunciou que não concorreria, alegando que sua prioridade era assegurar a unidade do Partido Democrata e abrir espaço para novas lideranças.

A escolha do partido foi a vice-presidente Kamala Harris, 18 anos mais jovem que Trump. Contudo, o nome não foi capaz de superar com o divisionismo entre os eleitores tradicionais dos democratas.

Um exemplo foi o eleitorado jovem de grandes centros urbanos. Críticos do apoio da administração Biden-Harris à ação de Israel na Palestina não apresentaram razões para apoiar a campanha democrata, apesar do apoio de diversas celebridades e de um forte engajamento nas redes sociais.

Assim, Trump obteve uma vitória decisiva em 5 de novembro, conquistando tanto o Colégio Eleitoral, quanto o voto popular, superando o desempenho de 2016.

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