Sidônio diz querer mostrar feitos de Lula e nega atuar por reeleição

O novo ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Sidônio Palmeira, afirmou nesta 3ª feira (14.jan.2025) que seu trabalho será mostrar os feitos positivos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele negou que o ministério será usado como uma vitrine para aumentar a popularidade do petista visando uma possível reeleição em 2026.

“O governo quer mostrar tudo que está sendo feito e o que vai fazer até 2026, quando termina o mandato do presidente Lula. Reeleição é outra coisa, é consequência. A gente está preocupado em mostrar os feitos do governo, que não são poucos. […] Se o presidente vai para a reeleição ou não, são outros quinhentos”, disse Sidônio em entrevista à GloboNews.

O publicitário tomou posse oficialmente na manhã desta 3ª feira (14.jan). Apesar da declaração, na prática, assume a Secom com o desafio de recuperar a popularidade de Lula, que caiu desde a posse. A troca no setor se dá no momento de maior desconfiança de agentes financeiros em meio a um desequilíbrio fiscal. Leia mais sobre o perfil do ministro nesta reportagem.

Lula está insatisfeito com a comunicação de seu governo desde o início de 2024, mas intensificou suas reclamações no fim do ano. A fala mais dura sobre o assunto foi feita em 6 de dezembro durante seminário do PT. Na ocasião, o presidente disse que houve erro seu na área e que seria obrigado a fazer mudanças. A fala foi vista por petistas como uma “demissão pública” de Paulo Pimenta. 

A popularidade do presidente está no seu pior nível desde o início do mandato. Segundo o PoderData, o governo tinha 48% de desaprovação em dezembro, ante 45% de aprovação. Na 6ª feira (10.jan.2025), a Atlas Intel mostrou um número parecido: 49,8% de reprovação e 47,8% de aprovação. Igualmente recorde. 

A avaliação do trabalho pessoal de Lula também piorou de forma generalizada, como mostra o infográfico abaixo:

PREFERÊNCIA AO GRUPO GLOBO

Na cerimônia de sua posse, Sidônio falou brevemente aos jornalistas que estavam no Planalto. Sinalizou que não gostaria de dar entrevistas. Mudou de ideia depois do almoço. Decidiu falar longamente ao vivo num programa da GloboNews. Não disse nenhuma novidade. Só deu um sinal: vai seguir a estratégia dos demais ministros que em 1 ano deram quase 350 entrevistas a veículos do Grupo Globo.

As entrevistas fazem parte uma estratégia que Lula usou em décadas passadas ao privilegiar TVs para falar ao público. Há controvérsia a respeito da eficácia da prática, com o aumento da relevância das redes sociais –o que tem incomodado o próprio presidente e motivado as trocas na Secom.

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