Seriam os deuses astronautas ou simplesmente “Deuses”?

Os homens caminham por sobre a terra, distraídos, como se fossem meros mortais, ignorando o divino que pulsa em suas veias. Em cada gesto, há um eco da criação; em cada palavra, uma faísca de eternidade. Não sabem que são deuses, esquecidos de sua essência, perdidos em suas próprias sombras.

Os anjos vêm e vão, em silêncio, flutuando entre nós. Eles não anunciam sua chegada, nem pedem permissão para partir. Apenas observam, aprendem, se maravilham. E quando desejam vislumbrar a face de Deus, não olham para os céus. Eles descem ao planeta dos homens, pois sabem que aqui, entre lágrimas e risos, em meio à dor e à alegria, o divino se revela.

Quando você descobrir que o Deus que procura não está no cosmos ou em um céu imaginário, algo em você irá despertar. Quando lhe for dito que o reino está dentro de você, que ali dentro habita um fragmento divino, então entenderá que a luz dessa presença é tão reluzente que equivale ao clarão de dez mil sóis. Essa verdade, tão simples e profunda, transforma a maneira como enxergamos a vida. Não precisamos buscar fora o que já está em nós: a centelha do eterno.

“Agora o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal” (Gênesis 3:22). Este versículo, embora inserido em um contexto de queda, revela a grandeza oculta do ser humano. Com a consciência do bem e do mal, recebemos a dádiva e a responsabilidade de sermos co-criadores do mundo, espelhos da divindade, chamados a transformar dor em aprendizado e caos em harmonia.

É neste palco de imperfeições que o milagre acontece. Os homens, sem perceber, constroem o sagrado em seus atos de amor, em sua coragem diante do desconhecido, em sua luta para criar um mundo mais justo. Cada um carrega uma centelha divina, uma peça do quebra-cabeça universal, um fragmento da luz que ilumina o cosmos.

Hoje, convido você, leitor, a olhar para dentro de si próprio. Assim vai descobrir o deus que habita em seu coração. Reconhecer o anjo que caminha ao seu lado. E, acima de tudo, entender que, quando olhamos uns para os outros com compaixão e esperança, estaremos vendo o rosto de Deus.

Lembre-se: somos mais do que acreditamos ser. Os anjos sabem disso, e agora, talvez, você também saiba. Viva como se o universo estivesse dentro de você, porque está. Crie, ame, seja luz.

Por José Santana

Folha do Estado

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