Condenado pela Lava Jato, Cabral posta dicas para o “sextou”

O ex-governador do Rio de Janeiro (2007-2014), Sérgio Cabral, publicou na 6ª feira (10.jan.2025) vídeos em seu perfil no Instagram fazendo exercícios e dando dicas para aproveitar o final de semana.

O político fez registros no story, que fica disponível por 24 horas na rede social. “Sextou, né? Hoje é dia de sextar! Terminando mais uma semana. Trabalhei. [Agora vou] relaxar, ler um bom livro. Vá a um teatro, vá a um cinema, aproveite! Bom final de semana, boa sexta”, disse.


Mais cedo, o político havia publicado um vídeo fazendo exercícios em seu apartamento no Rio de Janeiro. Desde 2023, Cabral, que chegou a ser preso em 2016 por envolvimento na Operação Lava Jato, tem usado as redes sociais para publicar sua rotina. Chegou a afirmar que pensava em ser candidato a deputado federal nas eleições de 2026.

Nas redes sociais, usuários reagiram às publicações de Cabral, criticando a anulação de suas condenações.

CABRAL E A JUSTIÇA

Sérgio Cabral teve mais de 20 condenações na Justiça, a maioria por corrupção. Suas penas ultrapassam 400 anos de prisão. O ex-governador, no entanto, foi beneficiado pelo fim da Lava Jato e das decisões do STF, que se estenderam por todas as instâncias da Justiça.

Em 2023, o TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) reverteu a última ordem de prisão domiciliar do político por outras medidas cautelares. Hoje, Cabral está livre para circular fora de casa, desde que saia com tornozeleira eletrônica, sem o passaporte e com o compromisso de ir mensalmente à Justiça.

O processo de soltura de Cabral começou em 2022, quando a 2ª Turma do Supremo revogou a sua prisão relacionada a condenações da Operação Lava Jato.

O político foi preso em 2016, suspeito de comandar uma organização criminosa que fraudava licitações e cobrava propina de empreiteiras. As investigações focaram nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, da Petrobras.

Em 2019, o ex-governador também admitiu corrupção na área da saúde em depoimento ao juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro. Na ocasião, Cabral estava preso e o depoimento apontou o envolvimento de ex-colaboradores de sua gestão em esquemas de desvio de dinheiro, como o ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes e o ex-chefe da Casa Civil do Rio, Régis Fichtner.

Afirmou que seu “erro de postura” à frente do governo do Estado foi o apego ao poder e ao dinheiro –o que classificou como um “vício”.

“Vim aqui para falar a verdade. Conheci Sérgio Côrtes na campanha de 2006 mais proximamente. Quando acabou a eleição eu falei para o Côrtes que tinha um contrato com o Arthur Soares e combinamos uma propina de 3% para mim e 2% para você. Antes, nos governos anteriores, Arthur disse que a propina era de 20%. Esse foi meu erro de postura, apego a poder, dinheiro… é um vício”, declarou.

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