Países anunciam novas sanções à Venezuela após posse de Maduro

Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e UE (União Europeia) anunciaram nesta 6ª feira (10.jan.2025) novas sanções a funcionários do governo venezuelano. Os países anunciaram as restrições depois da posse do presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) para o 3º mandato do chavista.

A UE aumentou as restrições à 69 funcionários do governo venezuelano, com congelamento de ativos, proibição de fornecimento de fundos e de viagens a Europa. Eis a íntegra do comunicado do bloco (PDF – 41 kB, em inglês).

“Essas decisões foram tomadas à luz das ações persistentes que minam a democracia e o Estado de direito, bem como das contínuas violações dos direitos humanos e da repressão da sociedade civil e da oposição democrática”, disse a nota da UE.

O Departamento do Tesouro nos EUA anunciou sanções a 8 autoridades venezuelanas de agências econômicas e de segurança “que possibilitam a repressão e a subversão da democracia”. As restrições incluem bloqueio de propriedades e de entrada em território norte-americano. Eis a íntegra do anúncio (PDF – 70 kB, em inglês).

“Maduro e seus representantes continuaram sua repressão violenta em uma tentativa de manter o poder, e ignoraram os apelos do povo venezuelano por responsabilidade democrática”, disse a nota dos EUA.

ELEIÇÃO E POSSE CONTESTADA

A eleição em julho de 2024 na Venezuela deu vitória a Maduro contra o opositor Edmundo González (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita), porém as atas de votação não foram divulgadas. O presidente tomou posse nesta 6ª feira (10.jan) sob alegações de fraude no resultado eleitoral e sem respaldo internacional.

No anúncio das sanções, os países repudiaram as prisões do governo contra manifestantes e opositores do governo.

Em um comunicado, a UE manifestou solidariedade com o povo venezuelano e reforçou a tese da oposição venezuelana de que Edmundo González derrotou Maduro nas eleições.

“As autoridades venezuelanas perderam uma oportunidade decisiva de respeitar a vontade do povo e assegurar uma transição democrática transparente com garantias para todos. Consequentemente, Nicolás Maduro carece da legitimidade de um presidente eleito democraticamente”, disse a nota.

O Canadá sancionou pessoas ligadas ao governo Maduro e que “violaram os direitos humanos” depois da “eleição ilegítima de Nicolás Maduro”. Eis a íntegra do comunicado (PDF – 77 kB, em inglês).

“As ações descaradas de Maduro demonstram que a democracia e o estado de direito não podem ser tomados como garantidos […] O Canadá apoiou e continuará apoiando o povo da Venezuela e seu desejo de viver em uma sociedade pacífica e democrática”, disse a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly.

Já i Reino Unido proibiu viagens e congelou contas de 15 altos funcionários do governo venezuelano por “irregularidades significativas e falta de transparência”.

“O Reino Unido não ficará parado enquanto Maduro continua a oprimir, a minar a democracia e a cometer flagrantes violações dos direitos humanos”, disse o secretário de Relações Exteriores inglês, David Lammy.

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