“Extremamente grave”, diz Lula sobre fim da checagem de fatos da Meta

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou nesta 5ª feira (9.jan.2025) como “extremamente grave” o encerramento da checagem de fatos anunciado pela Meta –que controla o Facebook e o Instagram.

“Eu acho que é extremamente grave as pessoas quererem que a comunicação digital não tenha mesma responsabilidade de um cara que cometa um crime na imprensa escrita”, disse a jornalistas.

Segundo o chefe do Executivo, ele fará uma reunião na tarde desta 5ª feira (9.jan) para discutir a mudança da bigtech. A declaração foi dada enquanto visitava as obras do 8 de Janeiro, expostas no térreo do Palácio do Planalto.

“Nós queremos, na verdade, é que cada país tenha a sua soberania resguardada. Não pode um cidadão, não pode 2 cidadãos, não pode 3 cidadãos acharem que podem ferir a soberania de uma nação”, afirmou Lula.

ENTENDA

A Meta decidiu acabar com o seu sistema de verificação de fatos e suspendeu as restrições a publicações nas suas redes sociais Facebook e Instagram. A decisão foi anunciada pelo criador da empresa, Mark Zuckerberg, em um vídeo postado em  7 de janeiro.

Zuckerberg diz que as políticas atuais de verificar tudo o que é publicado e as práticas de moderação de conteúdo “foram longe demais”. Para ele, é preciso “restaurar a liberdade de expressão” no Facebook e no Instagram.

A Meta e outras empresas de tecnologia tiveram várias reuniões com o STF (Supremo Tribunal Federal) e com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em anos recentes. Prometeram aos magistrados que teriam uma política rígida de controle de informações falas e potencialmente ofensivas à democracia.

Não está claro ainda como a mudança agora anunciada por Mark Zuckerberg será recebida pelas Cortes de Justiça no Brasil, sobretudo pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, crítico das redes sociais e relator do chamado inquérito das fake news.

No vídeo, Zuckerberg também afirmou que vai dialogar com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), para tentar impedir que conteúdo de empresas americanas seja censurado em outros países por violar regulamentações locais sobre redes sociais.

“Os Estados Unidos possuem a mais forte proteção constitucional para liberdade de expressão do mundo. A Europa tem cada vez mais leis que institucionalizam a censura, tornando muito difícil a inovação lá. Países da América Latina têm ‘tribunais secretos’ que podem ordenar que empresas silenciosamente retirem conteúdos das plataformas”, declarou.

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