Garopaba registra mutilações de tartarugas em dois dias consecutivos; indícios apontam ação humana

Garopaba, localizada no litoral de Santa Catarina, foi palco de dois casos preocupantes envolvendo mutilações de tartarugas em apenas dois dias. Os incidentes, que ocorreram nas praias da Barra e Central, apontam para a possível interferência humana, segundo informações do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).

O primeiro caso foi registrado no dia 18 de dezembro, na praia da Barra. Uma tartaruga cabeçuda (espécie Caretta caretta) foi encontrada em pedaços, com a carapaça e a cabeça ausentes. De acordo com especialistas do PMP-BS, os cortes no animal apresentavam características de terem sido feitos com um objeto cortante, indicando que partes da tartaruga podem ter sido furtadas.

No dia seguinte, 19 de dezembro, uma nova ocorrência foi relatada na praia Central. Outra tartaruga cabeçuda foi encontrada com um corte na borda da carapaça, também causado por objeto cortante. Testemunhas informaram que, antes da chegada da equipe de monitoramento, um homem tentou furtar a carapaça do animal utilizando uma faca. O ato foi registrado por populares, que auxiliaram na identificação do suspeito.

Impactos ambientais e legais

Esse tipo de comportamento, embora não raro na região, representa um grande desafio para o trabalho das equipes que monitoram e protegem a fauna marinha. Tais ações prejudicam o esforço contínuo de conservação, que é parte integrante do licenciamento ambiental federal conduzido pelo Ibama, em atividades relacionadas à produção e escoamento de petróleo e gás natural pela Petrobras.

A legislação brasileira classifica esses atos como crimes ambientais. O artigo 29 da Lei nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais) estabelece que matar, perseguir, caçar ou utilizar espécies da fauna sem autorização é ilegal. Além disso, o Decreto nº 6.514/2008 prevê sanções rigorosas para ações que resultem na destruição de espécies protegidas.

Preocupação com a fauna marinha

As tartarugas marinhas são essenciais para o equilíbrio do ecossistema costeiro. Atos de vandalismo e mutilação não apenas comprometem o bem-estar desses animais, mas também afetam negativamente as cadeias ecológicas locais. O PMP-BS reforça a importância da colaboração da população para preservar a biodiversidade e denunciar ações ilícitas contra a fauna.

A comunidade e as autoridades ambientais estão em alerta para evitar novos casos e reforçar a conscientização sobre a preservação das espécies marinhas. A participação da população, aliada ao trabalho das equipes especializadas, é fundamental para garantir a proteção das tartarugas e demais espécies que habitam a região.

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