Empresa que fornece dados de cotação do dólar ao Google reconhece erro

A empresa provedora independente de dados do mercado financeiro Morningstar reconheceu nesta 5ª feira (26.dez.2024) o erro que mostrou a cotação do dólar comercial no Google próximo de R$ 6,40 na 4ª feira (25.dez.2024), no Natal. A plataforma, com sede em Chicago (EUA), disse que as taxas de compra e venda foram fornecidas “erroneamente por um contribuidor de taxas terceirizado”. Declarou ainda que resolveu o problema e que está comprometida com a qualidade e precisão dos dados.

O Google tirou o dado do ar. Disse que “os dados em tempo real exibidos na busca vêm de provedores globais terceirizados de dados financeiros”. E completou: Trabalhamos com nossos parceiros para garantir a precisão e investigar e solucionar quaisquer preocupações. Mais informações sobre nossas fontes de dados podem ser encontradas aqui”.

Depois do episódio, a AGU (Advocacia Geral da União) acionou o BC (Banco Central) para que a autoridade monetária forneça informações sobre a cotação do dólar exibida no Google na 4ª feira (25.dez). Segundo o advogado-geral da União, Jorge Messias, a atuação do órgão“tem como objetivo combater a desinformação de dados econômicos de grande relevância para a sociedade brasileira”.

No site, a big tech informa que “não pode garantir a exatidão das taxas de câmbio exibidas”.

O Poder360 apurou que os dados da plataforma consideram a flutuação natural da moeda dos EUA mesmo quando o mercado cambial do Brasil está fechado. O motivo: a negociação continua em outros países. Apesar disso, o feriado internacional de Natal paralisou a maior parte das negociações no mundo de investimento, o que provocou estranheza a alta da moeda norte-americana para R$ 6,38.

COMO FUNCIONA A COTAÇÃO DO DÓLAR

A cotação do dólar é resultado pela oferta e demanda. Quando há mais recursos da moeda norte-americana em circulação, menor será o valor. O mesmo vale para o cenário contrário. Quanto menos dólar há em circulação, maior é a cotação, uma vez que há escassez da moeda.

No Brasil, cabe ao Banco Central regular o mercado. O país tem um regime de câmbio flutuante. Não há meta cambial e, portanto, a autoridade monetária não atua eventual desvalorização do real em relação ao dólar motivados por fundamentos econômicos.

O BC é responsável por vender dólares em leilões quando há disfuncionalidade no mercado cambial. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse na 5ª feira (19.dez) que a autoridade monetária precisou atuar em dezembro devido ao fluxo atípico de saída de dólares.

COMERCIAL X PTAX

O dólar comercial é aquele que o Poder360 e outros jornais noticiam. A taxa de câmbio é a principal referência para a valorização ou desvalorização do real em relação à moeda norte-americana. É negociado das 9h às 17h no mercado financeiro entre bancos, corretoras, fundos de investimentos e outros.

O dólar comercial é utilizado entre contratos comerciais entre empresas e no mercado de exportações e importações.

O dólar Ptax é informada pelo Banco Central e usado como referência pela autoridade monetária. O valor é definido por uma taxa média ponderada das “cotações apuradas pelo BC a partir de consultas aos dealers de câmbio”, segundo o BC.

O BC faz consultas no mercado cambial e calcula a taxa ponderada para informar a cotação, mas a operação não considera todas as flutuações da moeda durante o dia. A taxa é divulgada diariamente durante a tarde, antes do “fechamento” do mercado cambial brasileiro, quando as mesas de operações encerram.

INFORMAÇÃO ERRADA

O Google informou de forma equivocada em 6 de novembro que o dólar estava cotado a R$ 6,19. Na época, a cotação máxima do dia foi de R$ 5,86. As informações sobre o valor da moeda norte-americana foram retirados do ar pela big tech.

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