Lira critica Carrefour e fala em pautar “reciprocidade” na Câmara

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criticou nesta 2ª feira (25.nov.2024) a decisão do Carrefour, rede de supermercados francesa, de interromper a compra de carnes do Mercosul. O deputado alagoano chamou a ação de “protecionismo europeu” contra o Brasil e disse que pautará propostas de “reciprocidade econômica entre os países”.

“Nos incomoda muito o protecionismo europeu, principalmente da França com o Brasil. E deverá ter nesta semana, por parte do Congresso Nacional, em sua pauta, a lei da reciprocidade econômica entre os países”, declarou Lira em discurso na abertura do Global Voices, promovido pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). O evento é realizado em São Paulo.

O CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, enviou na 4ª feira (20.nov) uma carta endereçada ao presidente da FNSE (sigla em francês para Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores da França) em que diz que não vai mais comprar carne produzida em países do Mercosul. 

Na publicação, Bompard diz que os produtos sul-americanos não atendem às exigências e às normas francesas, o que tem causado estresse entre os produtores franceses. O executivo escreveu que aguarda que outros estabelecimentos acompanhem o movimento de boicote iniciado pelo Carrefour na França. Leia a íntegra da carta (PDF – 142 kB, em francês).

Lira declarou não ser “possível que o CEO de um grupo importante como o Carrefour não se retrate de uma declaração de praticamente não importar as proteínas animais advindas e oriundas da América do Sul”

A crítica a rede de supermercados francesa não estava prevista no discurso de Lira. O congressista afirmou que iria “quebrar o protocolo”. O presidente da Câmara defendeu uma “resposta clara” do país.

“O Brasil, o Congresso Nacional, os empresários e a população têm que dar uma resposta clara para que esse protecionismo exagerado, sobretudo da França, [para que] não seja motivo de injusto protecionismo contra interesses de quem protege [o meio ambiente] debaixo da lei mais rígida com nosso código brasileiro florestal”.

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