Filipe Barros é de “ultradireita”, diz presidente da frente dos Brics

O presidente da Frente Parlamentar dos Brics, deputado federal Fausto Pinato (PP-SP), disse em entrevista ao Poder360 que o novo presidente da CREDN (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional), Filipe Barros (PL-PR), é de uma ala de “ultradireita” do PL (Partido Liberal).

O deputado paranaense assumiu o colegiado na 4ª feira (19.mar.2025), depois de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que era cotado ao cargo, se licenciar da Câmara para ficar nos Estados Unidos. Perguntado sobre o tema, Pinato também criticou Jair Bolsonaro (PL). Chamou o ex-presidente de “pobre” e de “não tão inteligente”.

Formulário de cadastro

alertas grátis do Poder360

concordo com os termos da LGPD.

Inscreva-se

Inscreva-se

“Respeito muito o presidente Donald Trump porque é um cara rico, bilionário, tem uma grande assessoria jurídica e tem influência no Poder Judiciário do seu país. Aqui, o Bolsonaro é um cara pobre, não tão inteligente e, pelo contrário, criou uma briga institucional querendo ameaçar fechar o STF [Supremo Tribunal Federal], tanto ele como o filho [Eduardo Bolsonaro]”, declarou, em 19 de março. 

Fausto Pinato é um deputado com foco no trabalho internacional. Integra a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional e é presidente frentes parlamentares voltada ao estrangeiro, como a Frente dos Brics e Frente Brasil-China.

Neste Ano Legislativo, será titular da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, que será comandada por Barros. A legenda tem defendido sanções contra ministros do STF e se aproximado de outros líderes de direita, como Javier Milei (La Libertard Avanza) e Donald Trump (Partido Republicano). 

BRICS X TRUMP

O congressista do PP também afirmou que a implementação de tarifas por Trump tem fortalecido o Brics por, segundo ele, estar fazendo com que outros países busquem alternativas para comercializarem seus produtos enquanto isolam os norte-americanos.

Desde que assumiu a Casa Branca, o republicano tem anunciado tarifas contra outros países. O Brasil, por exemplo, teve o aço e alumínio taxado em 25% a partir de 12 de março. 

Eis outros destaques da entrevista de Fausto Pinato ao Poder360:

• moeda dos Brics – declarou que o Brasil está “refém” do sistema Swift e que precisa de alternativas. Defendeu o bloco e afirmou que o Brasil tem que assegurar a democracia no país e “ver o que melhor para o país, independente se seja de esquerda, de direita, ditadura, monarquia”;
• defesa da industrialização – afirmou que, apesar da importante função do agronegócio na pauta exportadora, o Brasil precisa agregar valor em seus produtos por meio de indústrias. Argumentou que o país precisa desenvolver tecnologias;
• STF (Supremo Tribunal Federal) – co-autor da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que limita os poderes do Judiciário, Fausto Pinato afirmou que há um excesso de judicialização de casos no Brasil. Disse que, às vezes, o Supremo interfere onde “não precisa”;
• fim da escala 6 X 1 – co-autor da PEC que torna a escala de regime de trabalho 6 X 1 para 4 X 3, o congressista disse que não tem um posicionamento concreto sobre o tema. Afirmou durante a entrevista que defende o debate do tema para formalizar uma opinião e decidir se votaria a favor ou contra a proposta. “Quando eu assino, eu não assino porque estou a favor. Assino porque quero um amadurecimento, porque até eu preciso estudar mais sobre isso”, disse;
• semipresidencialismo – disse ser favorável ao sistema de governo do semipresidencialismo, já defendido por ao menos 179 deputados, inclusive o presidente da Casa Baixa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Afirmou que o Brasil precisa da moderação política.

Assista à entrevista do deputado Fausto Pinato ao Poder360 (26min34s): 

Este texto foi produzido pelo estagiário de jornalismo José Luis Costa sob supervisão da editora-assistente Isadora Albernaz.