Descontentamento com Putin cresce na Rússia após ofensiva ucraniana

Desde o início da ofensiva da Ucrânia em território russo, um aumento significativo no descontentamento com o presidente Vladimir Putin foi observado na Rússia. A análise realizada pela FilterLabs AI e divulgada nesta 5ª feira (22.ago.2024) mostra um aumento nas críticas da população ao presidente russo, especialmente no interior do país.

Para a análise, a empresa monitorou opiniões por meio de mídias sociais e outras postagens na internet. Foram encontradas diversas mensagens afirmando que a invasão ucraniana contra a Rússia se deu por culpa de Putin.

O levantamento foi feito de 6 a 16 de agosto. Não foram divulgados números de comentários e textos jornalísticos analisados. A agregadora de dados afirma que os comentários sobre Putin recuaram até 0,4 ponto e está próximo a 0 em uma métrica que varia de 1 a -1, onde -1 representa “total descontentamento”.

A ofensiva de Kiev contra o território russo iniciou-se em 12 de agosto. O governo de Volodymyr Zelensky (Servo do Povo, centro) afirma controlar cerca de 1.000 km² de Kursk. Cerca de 121 mil pessoas foram evacuadas da área afetada.

A FilterLabs AI também encontrou divergência entre as notícias publicadas por mídias de alcance regional e grandes mídias nacionais russas e de Moscou, onde o Kremlin consegue ter maior influência. 

De acordo com a reportagem, jornais nacionais e de Moscou costumam focar na ajuda humanitária prestada aos russos residentes em Kursk, a região russa agora controlada por Kiev.

A perda de popularidade nas regiões onde o Kremlin concentra seus esforços de recrutamento militar é outro fator que pode complicar a capacidade do governo de manter o conflito na Ucrânia, segundo a FilterLabs AI.

O movimento de perda de apoio de Putin depois da invasão ucraniana contrasta com o aumento da popularidade do líder depois de acabar com o motim organizado pelo Yevgeny Prighozin, ex-chefe do Grupo Wagner, uma força paramilitar russa. 

A insurgência começou quando Prigozhin disse que o ministro da Defesa da Rússia da época, Serguei Choigu, estava enganando o presidente Putin e a população do país.

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