Não estamos aumentando nem criando impostos, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta 2ª feira (12.ago.2024) que o governo esteja elevando a carga tributária. A declaração foi dada durante participação na abertura do 2º Warren Day, realizado pela corretora Warren Investimentos, em São Paulo.

“Nós não estamos aumentando o imposto de quem paga nem estamos aumentando, criando novos impostos. Estamos simplesmente combatendo aquilo que o próprio Congresso determinou que seja feito pela Emenda Constitucional 103 [em referência à Reforma da Previdência], que nem é do governo atual, e por recomendação do Tribunal de Contas da União”, disse.

Haddad tem sido alvo de memes nas redes sociais pelas decisões econômicas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Alguns internautas associam o Ministério da Fazenda a um aumento na taxação de impostos.

O ministro também afirmou ser um “desafio” encontrar medidas compensatórias para a prorrogação da desoneração da folha e para o Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), aprovados pelo Congresso Nacional.

“Nós estamos ajudando o Congresso a cumprir a determinação do Supremo Tribunal Federal”, declarou.

O governo federal estima que o impacto da desoneração da folha será de R$ 26,3 bilhões em 2024. É a soma da renúncia aos 17 setores da economia (R$ 15,8 bilhões) e aos municípios (R$ 10,5 bilhões). A equipe econômica ainda busca uma forma de compensar estes valores.

Em 16 de julho, o STF (Supremo Tribunal Federal) atendeu novamente a pedido do governo e do Congresso e prorrogou o prazo para que os 2 Poderes cheguem a um acordo sobre a compensação. O ministro Edson Fachin determinou que uma solução para o tema deve ser encontrada até 11 de setembro.

O ministro da Fazenda também mencionou melhoras na avaliação de agências de risco sobre a perspectiva da economia brasileira. Mas cometeu imprecisão ao dizer que Fitch, S&P (Standard & Poor’s) e Moody’s elevaram a nota de crédito do Brasil”.

Estamos no bom caminho de recuperar as finanças públicas. [Estamos] no caminho certo, caminho correto, reconhecido por 3 agências de risco no último ano”, disse.

Em 2023, a Fitch e a S&P (Standard & Poor’s) elevaram a nota de crédito do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável. O país ainda está no grau especulativo e terá que subir para BBB-, ou duas notas acima, para atingir o grau de investimento.

Foi a 1ª elevação na nota de risco do Brasil na Standard & Poor’s desde 2011.

Já a Moody’s manteve em maio a nota brasileira em Ba2, mas mudou a perspectiva da avaliação de “estável” para “positiva”. A agência também fez ressalvas ao dizer que a economia brasileira está com uma “solidez fiscal fraca” e “sensível” por causa do alto endividamento do país e pouca capacidade para quitar os débitos.

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