Rafaela Silva tranquiliza fase de adaptação em novo peso

A campeã olímpica na Rio 2016 e medalhista de bronze por equipes em Paris, Rafaela Silva, decidiu em novembro do ano passado que mudaria de categoria no novo ciclo. Antes quinta colocada no ranking mundial até 57kg, Rafa abriu mão de sua pontuação para iniciar novo trajeto no peso de cima, até 63kg. Na primeira competição da judoca em nova chave, ela conquistou o ouro no Troféu Brasil de Judô. 

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Apesar do grande início em território nacional, Rafaela ainda não conseguiu repetir o feito internacionalmente. O baixo ranking faz com que a atleta encare pedreiras logo nas primeiras rodadas das competições. No primeiro Grand Slam do ciclo, ela estreou vencendo judoca italiana em Paris, mas perdeu para a atual campeã mundial Joanne Van Lieshout nas oitavas. 

Nos dois compromissos seguintes,  duas derrotas para japonesas: na estreia do Grand Prix da Áustria e na segunda fase do Grand Slam de Tashkent. Mesmo com resultados recentes, Rafa fala de começo complicado com tranquilidade.

“Acho que para chegar num pódio olímpico não existe caminho favorável. É um caminho muito duro. Eu tô praticamente começando do zero novamente. Abandonei o meu quinto lugar no ranking. Não tinha nenhum ponto, virei número 278 do ranking, depois 114 e agora sou 86. Para ir para olimpíada eu preciso estar entre as dezoito melhores”, contou Rafaela. “No início é ainda mais difícil, porque quando sai o sorteio da chave, os oito primeiros cabeças de chave são sorteados primeiros, e depois o sorteio é por ordem alfabética. Nessa categoria, não existem muitos países com as letras A e B sorteados antes do Brasil. Então a gente sempre pega os principais”, explica a judoca.

Além das grandes adversárias internacionais, uma disputa interna chama atenção na categoria: quem representou o peso nas olimpíadas foi Ketleyn Quadros, medalha de bronze na edição Pequim, em 2008, e em Paris. Mesmo que só uma possa representar o Brasil em Los Angeles, Rafaela não vê a judoca de 37 anos como concorrência, mas sim como inspiração.

“É uma concorrência boa. Há 13 anos atrás a gente disputou a primeira vaga para a Olimpíada de Londres. Foi uma atleta que me fez crescer muito, não só como atleta, mas como ser humano, porque eu cheguei a seleção aos 16 anos e foi bem no ano em que ela conseguiu ser a primeira mulher medalhista olímpica em esportes individuais da história Brasil”, relembrou ela.

As duas provavelmente se enfrentarão em abril, em uma seletiva nacional para decidir quem representa a categoria no Pan-Americano.

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