Produtores conseguem na Justiça retirar sacas que ainda estavam em armazém de empresa que fechou em Nova Resende, MG


Assim que a empresa fechou em fevereiro, alguns produtores já entraram na Justiça para tentar recuperar o café que eles tinham armazenado. Produtores de Nova Resende conseguem, na Justiça, retirar sacas do armazém
Produtores conseguiram na Justiça retirar algumas sacas que ainda estavam no armazém de uma empresa de café que há um mês fechou as portas em Nova Resende (MG). Assim que a empresa fechou em fevereiro, alguns produtores já entraram na Justiça para tentar recuperar o café que eles tinham armazenado. E alguns desses produtores tiveram decisões favoráveis.
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Nos últimos dias, alguns produtores com mandado de busca e apreensão conseguiram retirar as últimas sacas de café que estavam armazenadas no depósito da “Central do Café”.
“Nós ainda conseguimos retirar para dois produtores, mas nós esperamos que, amigavelmente, a Central do Café nos procure, assim como procure também os outros produtores, e que sente conosco para a gente poder traçar um caminho paralelo a esse caminho da Justiça para reaver aquilo que é devido para cada produtor”, disse o advogado Ricardo Alexandre Lima e Lima.
Produtores conseguem na Justiça retirar sacas que ainda estavam em armazém de empresa que fechou em Nova Resende
Reprodução EPTV
Mais de 300 sacas ainda estavam armazenadas no local. O produtor Leo Carlos Madeira, de Nova Resende, foi um que entrou na Justiça e conseguiu retirar as 22 sacas.
“No momento eu fiquei com medo de perder, porque acontece de muitas vezes, acontecer o que aconteceu aqui, tem acontecido muito. Normalmente a maioria dos agricultores não consegue reaver o que perde”, disse o produtor.
“Todos foram surpreendidos com esse fechamento repentino, até porque, como vocês podem ver, o armazém está inacessível e também está fechado. Então, é uma situação preocupante”, disse o advogado Marcos Roberto Gomes Júnior.
O Edilson também conseguiu retirar quase 80 sacas dele e do filho. O problema é que todo o café ainda está sob custódia, ou seja, os produtores guardaram em outros locais, mas ainda não podem vendê-lo.
“Eu tenho pressa de vender esse café, porque eu não devo nada pra eles, o café é meu, porque eles estão embaraçando né? E o juiz de Nova Resende ter a dó de nós, pelo amor de Deus, nós que mora na roça nós é muito sofrido, é sofrido demais”, disse o produtor rural Edilson Donizete Lopes.
Produtores conseguem na Justiça retirar sacas que ainda estavam em armazém de empresa que fechou em Nova Resende
Reprodução EPTV
A Central do Café é uma empresa que compra e vende o grão. A sede fica em Muzambinho, mas tem filiais em Nova Rezende, Monte Belo e Cabo Verde. Todos os locais fecharam no dia 11 de fevereiro.
Duas semanas depois, o dono, Créucio Carlos de Oliveira, se reuniu com os produtores. Ele confirmou que deve mais de 15 mil sacas de café para 380 cafeicultores. Na reunião, Créucio também apresentou uma lista de bens que, segundo ele, serão vendidos para quitar parte da dívida.
De acordo com o sindicato dos produtores rurais de Muzambinho, A dívida da Central do Café chega a 16 mil e 500 sacas, avaliadas em mais de 40 milhões de reais.
“Muitos produtores tinham café lá para subsistência, iam lá, vendiam 10 sacas para pagar as contas do mês, iam fazendo desse jeito até chegar na panha, né? Então o produtor agora está descapitalizado, próximo à panha de café. Isso está sendo um problema também, porque a panha se aproxima, aqui a nossa colheita em Muzambinho se inicia lá para meados de maio, mais ou menos e o produtor não vai ter dinheiro para iniciar essa colheita”, disse o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Muzambinho, Rodrigo de Almeida Machado.
João tinha quase 180 sacas armazenadas no depósito de Mozambinho, uma carga avaliada em quase 450 mil reais, que o produtor não sabe se um dia vai conseguir recuperar.
“Bastante decepcionante, haja vista que o produtor sempre sofreu, ele não é dono praticamente do preço da sua mercadoria, ele é a mercadoria estável, Você depende da bolsa de valores de Nova Iorque, hoje um preço bom. Na confiança que você tinha do empresário, do corretor de café com o produtor, vem essa decepção tão grande aí, não só minha, mas de toda a classe cafeeira, né?”, disse o produtor rural João Batista Vasconcelos.
A EPTV, Afiliada Rede Globo, tentou falar com o dono da empresa, mas não teve retorno.
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