3 pontos que explicam por que a esquerda quer cancelar Frei Gilson

Ao bater os próprios recordes com o número de visualizações nas redes sociais, o Frei Gilson consolida-se como um fenômeno bem-sucedido das redes sociais. Somente no YouTube, as transmissões do religioso da Ordem dos Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo, durante a madrugada, chegaram a reunir 1,3 milhão de espectadores simultâneos, ultrapassando a marca de quatro milhões de visualizações posteriormente. Com essa crescente popularidade, o sacerdote passou a ser alvo de ataques da esquerda, que o rotulou como conservador.

A grande exposição fez com que vídeos antigos do religioso fossem resgatados no intuito de gerar críticas. Em um deles, Frei Gilson afirma que a mulher tem como missão auxiliar o homem, o que apavorou feministas. Em outro, gravado com a Esplanada dos Ministérios ao fundo, ele reza para que o país seja libertado da ditadura, da fome e da guerra e do comunismo. Na visão da esquerda, pedir que o Brasil seja liberto do comunismo seria um mal uso da religião pela política.

A Gazeta do Povo levantou os três motivos principais pelos quais a esquerda tem atacado Frei Gilson:

1. Frei Gilson se tornou um fenômeno das redes sociais

A cada período de oração, Frei Gilson conquista um público ainda maior em suas transmissões ao vivo. Nesta segunda-feira (10), sua live reuniu impressionantes 1,3 milhão de espectadores simultâneos — um salto significativo em relação aos primeiros vídeos, que contavam com cerca de 70 mil participantes.

O crescimento exponencial da audiência é particularmente notável durante a quaresma, tempo de 40 dias em que os católicos tendem a rezar com mais empenho. A tendência é que o número de fiéis aumente durante a Semana Santa, período que antecede a Páscoa e é o ápice do ano litúrgico para os fiéis.

O impacto digital do religioso também é visto em seus números de seguidores. Só no Instagram, 7,6 milhões de pessoas acompanham Frei Gilson, já no YouTube o número é de 6,5 milhões.

2. Esquerda teme possível influência do religioso em 2026

Com seu perfil conservador e seu crescente prestígio que extrapola o meio religioso, Frei Gilson passou a ser visto com preocupação pela esquerda, especialmente diante de uma possível influência para as eleições de 2026. Em julho de 2024, o sacerdote participou do podcast Inteligência Ltda, também no YouTube. Sua participação levou o apresentador Rogério Vilela a se emocionar em um episódio que teve 6,8 milhões de visualizações. No final do ano, durante o Especial de Natal, organizado pela Brasil Paralelo, Vilela chegou a testemunhar sua conversão na presença do frei. Em fevereiro de 2025, Frei Gilson também esteve no Programa Pânico, da Jovem Pan, ampliando ainda mais seu alcance.

Os ataques recentes motivaram figuras como ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) a usarem as redes sociais em defesa de Frei Gilson. Até mesmo o deputado federal André Janones (PT-MG) criticou a própria esquerda pelos ataques, alertando que essa postura poderia prejudicá-los nas eleições de 2026.

“Primeiro foi o livro ‘Café com Deus Pai’ (livro mais vendido do país há 4 anos, com 9 vezes mais vendas do que o segundo colocado), agora o frei da Igreja Católica. Incrível como a arrogância do nosso campo se sobrepõe, mesmo com impopularidade e uma derrota cada vez mais real em 2026”, escreveu Janones no X.

Nas eleições de 2022, a aproximação do PT com a base evangélica foi uma estratégia importantíssima para fortalecer a imagem do presidente Lula. Na reta final do segundo turno, Lula chegou a divulgar uma carta pública ao povo evangélico. No texto, o então candidato defendeu a liberdade religiosa, direito ao culto e à pregação, além de afirmar que era “pessoalmente contra o aborto”.

3. Frei Gilson é contra diversas pautas da esquerda (inclusive o aborto)

Frei Gilson tem se posicionado firmemente contra diversas bandeiras defendidas pela esquerda, como o comunismo, feminismo, aborto e casamento homossexual. “Por isso que, para mim, é inadmissível um ser humano dizer quem vai nascer e quem vai morrer no ventre de sua mãe. Isso é um absurdo. Por que a vida não está na mão do ser humano e agora é o ser humano quem diz quem vive e quem morre? A vida está nas mãos de Deus”, disse o religioso durante uma missa.

Além do aborto, o religioso já defendeu publicamente a importância da liberdade de expressão, pauta que tem sido alvo crescente no debate público entre representantes da esquerda e da direita. “Esse negócio de calar o outro é próprio de quem quer ter uma única voz. Quem quer ter uma única voz precisa barrar as outras que são conflitantes”, ressaltou o frei em uma de suas entrevistas.

Outro tema que gerou reações foi sua posição sobre o casamento homoafetivo. Questionado se a Igreja Católica deveria celebrar essas uniões, o religioso citou o trecho do Catecismo que diz que “em caso algum” podem ser aprovadas. O sacerdote ressaltou, no entanto, como as pessoas homossexuais devem ser recebidas com respeito e sem discriminação e que devem viver a castidade.

Posicionamentos como esses reforçam sua influência entre os cristãos e tendem a intensificar os ataques da esquerda, que vê nele o potencial em se tornar uma voz influente no debate cultural.

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