ONU pede o fim das mortes de civis na Síria

A ONU (Organização das Nações Unidas) pediu, no domingo (9.mar.2025), o fim imediato da morte de civis na Síria. O alerta foi emitido depois uma série de ataques que começaram na 5ª feira (6.mar), com relatos de violência extrema e mortes de famílias inteiras no Noroeste do país.

Os confrontos tiveram início com uma ofensiva em Jablé, perto de Latakia, por apoiadores do deposto presidente Bashar al-Assad. Latakia, um reduto do governo e da comunidade alauíta, a qual pertence o clã Assad, tornou-se cenário de violência sem precedentes. Em resposta, o governo sírio mobilizou visando a combater os simpatizantes do ex-presidente.

O OSDH (Observatório dos Direitos Humanos) reportou a morte de 745 civis alauítas nas regiões costeiras e nas montanhas de Latakia desde o início dos confrontos. Além disso, 273 membros das forças de segurança e combatentes pró-Assad foram mortos. Relatos indicam a ocorrência de execuções sectárias.

Ahmad al-Chareh, líder do grupo radical islâmico sunita HTS (Hayat Tahrir al-Sham), apelou à unidade nacional e à paz civil. Al-Chareh, que liderou a coalizão de facções rebeldes responsáveis pela queda de Assad e fugiu para Moscou com sua família, destacou a importância de superar divisões internas para restaurar a estabilidade no país.

Volker Turk, Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, enfatizou a necessidade de investigações rápidas, transparentes e imparciais sobre os assassinatos e outras violações. “O assassinato de civis nas áreas costeiras do Noroeste da Síria deve cessar imediatamente”, disse Turk.

“Na sequência de uma série de ataques coordenados, alegadamente lançados por membros do antigo governo e por outros pistoleiros locais, estamos recebendo relatos extremamente preocupantes de famílias inteiras, incluindo mulheres e crianças (…) que foram mortas”, acrescentou ele.

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