Venezuelanos vão às ruas pelo 2º dia após Maduro declarar vitória

Venezuelanos foram às ruas nesta 3ª feira (30.jul.2024), pelo 2º dia consecutivo depois da vitória considerada fraudulenta do presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) nas eleições de domingo (28.jul). O pleito reelegeu o chavista para mais um mandato de 6 anos.

As manifestações foram iniciadas depois que o CNE (Colégio Nacional Eleitoral) declarou a vitória de Maduro, com 51% dos votos. Seu maior opositor, Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita), teria recebido 44% dos votos, segundo a autoridade eleitoral venezuelana.

As mobilizações desta 3ª feira (30.jul) foram convocadas pela líder da oposição, María Corina Machado, e González Urrutia. Na noite de 2ª feira (29.jul), eles reivindicaram a vitória nas eleições presidenciais, alegando ter provas de fraude na reeleição de Maduro. Segundo Corina, com as atas eleitorais a que tiveram acesso, Maduro recebeu 2.759.256 votos, enquanto González obteve 6.275.180.

Machado, que foi impedida pela Justiça venezuelana de concorrer depois de vencer as primárias, convocou os eleitores para uma assembleia nacional nesta 3ª feira (30.jul). O protesto começou em frente ao prédio da ONU (Organização das Nações Unidas), em Caracas.

“Não tentem nos procurar para negociar resultados, resultados não se negociam. A única coisa que estamos dispostos a negociar é uma transição pacífica, com garantias para todos”, afirmou Corina em frente ao prédio das Nações Unidas.

“A verdade é a verdade e vamos defendê-la até ao fim”, disse. “Faremos com que o regime reconheça o que o mundo inteiro sabe: Edmundo González Urrutia é o nosso próximo presidente”, continuou.

Segundo a ONG (Organização Não Governamental) Foro Penal, ao menos 6 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nos protestos que tiveram início depois da vitória de Maduro. Outras 132 foram presas.

Os dados da Foro Penal foram atualizados nesta 3ª feira (30.jul) às 10h na Venezuela (11h em Brasília).

Os números de mortos e feridos divergem. Até a publicação deste texto, não foram divulgados dados oficiais.

Assista (4min): 

O QUE DIZ MADURO

Em transmissão ao vivo do palácio presidencial, na 2ª feira (29.jul), Maduro disse que as forças de segurança agiam contra “manifestantes violentos”. As cúpulas das Forças Armadas apoiam o presidente.

Temos acompanhado todos os atos de violência promovidos pela extrema-direita”, declarou Maduro. “Já vimos esse filme. Então, mais uma vez, com a união civil, militar e policial, estamos agindo. Já sabemos como eles operam.

O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, alertou no X contra uma repetição das “situações terríveis de 2014, 2017 e 2019”, quando manifestantes antigoverno saíram às ruas e centenas foram mortos. Segundo o ministro, até a noite de 2ª feira (29.jul), 23 militares ficaram feridos nos atos.

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