Brasil critica Israel por bloquear ajuda humanitária em Gaza

O Ministério das Relações Exteriores divulgou na 2ª feira (3.mar.2025) uma nota criticando a decisão de Israel de suspender a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Segundo o Itamaraty, a medida agrava a já precária situação humanitária e compromete o cessar-fogo.

O governo brasileiro lembrou que Israel tem a obrigação, reconhecida pela CIJ (Corte Internacional de Justiça) em 2024, de garantir o fornecimento de serviços básicos e assistência humanitária à população de Gaza.

Ainda segundo a nota, o bloqueio deliberado e o uso político da ajuda humanitária representam uma grave violação do direito internacional humanitário.

Leia a íntegra da nota: 

“O governo brasileiro deplora a decisão israelense de suspender a entrada de ajuda humanitária em Gaza, que exacerba a precária situação humanitária e fragiliza o cessar-fogo em vigor.”

“Ao exortar à imediata reversão da medida, o Brasil recorda que Israel tem obrigação – conforme reconhecido pela Corte Internacional de Justiça em suas medidas provisórias de 2024 – de garantir a prestação de serviços básicos essenciais e assistência humanitária à população de Gaza, sem impedimentos. A obstrução deliberada e o uso político da ajuda humanitária constituem grave violação do direito internacional humanitário.”

“O Brasil insta as partes ao estrito cumprimento dos termos do acordo de cessar-fogo e ao engajamento nas negociações a fim de garantir cessação permanente das hostilidades, retirada das forças israelenses de Gaza, libertação de todos os reféns e estabelecimento de mecanismos robustos para ingresso de assistência humanitária desimpedida, previsível e na necessária escala.”

ENTENDA

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo (2.mar) que aceitou os termos propostos pelos Estados Unidos para renovação do cessar-fogo com o grupo extremista Hamas na Faixa de Gaza.

Se aceito, o acordo paralisaria novamente o conflito durante o mês de jejum muçulmano do Ramadan, que termina em 31 de março, e o Pessach, feriado judeu que significa “passagem” em hebraico e se assemelha à Páscoa cristã, celebrado no dia 20 de abril.

No acordo, além dos 42 dias de paralisação, estaria prevista a libertação de metade dos reféns israelenses que ainda estão sob custódia do Hamas, vivos ou mortos, no 1º dia. O restante seria entregue aos poucos até o fim do período.

O grupo extremista, porém, afirmou que pretende seguir com o acordo original, que previa um fim gradual da guerra em vez de uma nova paralisação temporária do conflito.

Em resposta à recusa do Hamas, Israel cortou neste domingo a ajuda humanitária no país sob a justificativa de que havia se encerrado o período da 1ª etapa do cessar-fogo. O Hamas disse que a decisão do primeiro-ministro israelense era uma “chantagem barata”.

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