Empreendedores dos EUA se dizem frustrados com tarifas de Trump

As tarifas implementadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), têm causado dificuldades para pequenos empresários norte-americanos. A principal queixa é sobre as taxas aplicadas aos produtos da China.

Por décadas, microempreendedores recorrem a fábricas chinesas para ter acesso a mercadorias de maneira barata e eficiente, mas passaram a enfrentar dificuldades desde que Trump anunciou a imposição de tarifas de 10% sobre as importações chinesas.

O New York Times entrevistou mais de 100 donos de pequenos negócios afetados pelas medidas de Trump. Erica Campbell é proprietária da “Be a Heart”, empresa de produtos católicos. Ela afirmou que seu negócio gerava US$ 2 milhões por ano, da cozinha de sua casa, na cidade de Phoenix, no Arizona. Com o tarifaço do presidente, porém, o negócio pode estar em risco.

Não sei o que pode acontecer. Estou em estado de alerta máximo”, disse a empreendedora ao jornal.

Segundo a reportagem, as empresas afetadas são de vários setores da economia. Desde produção de cartões comemorativos até brinquedos e aparelhos eletrônicos. Para os empreendedores, usar produtos fabricados nos Estados Unidos não é uma opção, já que são mais caros e, muitas vezes, de qualidade inferior. Além disso, teriam de refazer toda a cadeia de distribuição, algo que demandaria tempo e mais despesas.

Bill Keefe e Julie Lee são donos da “Julianna Rae”, uma empresa especializada no comércio de pijamas de seda de alta qualidade oriundos da China. Eles fazem o design das peças, que são importadas de fábricas chinesas e vendidas por meio do site da empresa na Amazon. Um conjunto de pijama de seda que seria vendido por US$ 300 agora custa US$ 15 a mais, segundo os comerciantes. Eles ressaltaram que o melhor material é chinês e, por isso, não compensaria importar seda de países como Tailândia, Índia ou Sri Lanka.

O melhor maquinário, a melhor expertise, a habilidade de produzir produtos de qualidade por bons preços está na China”, disse Keefe.

A partir do dia 12 de março, haverá uma tarifa de 25% sobre aço e alumínio, produtos sobre os quais a China domina a produção. Uma das medidas propostas pelos EUA é a imposição de taxas sobre embarcações que ancorarem em portos norte-americanos, o que elevaria os custos de transporte.

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