Câmara aprova projeto que cria o Dia Nacional da Axé Music

A Câmara dos Deputados aprovou na 3ª feira (25.fev.2025) um projeto de lei que cria o Dia Nacional da Axé Music, a ser celebrado em 17 de fevereiro. O Projeto de Lei 4187/24 segue agora para o Senado.

Segundo a autora da proposta, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), a data faz referência ao início do primeiro Carnaval após o lançamento de “Fricote”, de Luiz Caldas, em 1985. A música é considerada precursora da axé music.

A axé music é resultado da fusão da sonoridade africana dos blocos com outros ritmos, como reggae, samba e rock. O gênero musical viria a ser batizado em 1987, dois anos após o sucesso de “Fricote”.

“A axé music se consolidou como um símbolo de resistência e afirmação da cultura baiana, refletindo a força e a diversidade do povo nordestino”, disse o relator do projeto na Câmara, deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA).

O deputado José Rocha (União-BA) destacou a importância do movimento axé, que segundo ele garante a subsistência de várias pessoas durante o período de Carnaval. “Estamos tratando de um momento cultural, cultura que nasceu na Bahia”, afirmou.

Críticas ao projeto

O deputado Gilson Marques (Novo-SC) criticou o debate sobre a criação da data e comparou a votação da proposta com a política do “pão e circo”, prática do Império Romano para controlar a população e distraí-la de problemas sociais e políticos. “O Congresso Nacional custa R$ 40 milhões por dia para vir aqui e votar o dia do axé? É inacreditável”, disse.

A deputada Clarissa Tércio (PP-PE) classificou a proposta como inútil. “Se houver música boa, se houver música para dançar, ninguém vai sentir fome ou ficar preocupado com a escalada de preços”, disse, ao criticar a votação.

O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) lembrou que, atualmente, o próprio autor da música “Fricote” reconhece a letra da canção como misógina e preconceituosa.

Em entrevista ao “Fantástico” no domingo (23.fev.2025) passado, Luiz Caldas, considerado o “pai” da axé music, disse que não canta mais “Fricote” justamente por causa de termos machistas e racistas. Para o músico, é “desnecessário” cantá-la.


Com informações da Agência Câmara.

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