Não punir adequadamente trama golpista é incentivo para que se repita, diz presidente do STF

(FOLHAPRESS) – O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quarta-feira (26), que, na visão da corte, não punir adequadamente os crimes cometidos no 8 de janeiro é um incentivo para que a situação se repita.

“Quem perder da próxima vez pode achar que pode fazer a mesma coisa. Portanto, nós precisamos encerrar o ciclo da história brasileira em que a quebra da legalidade constitucional fazia parte da rotina como sempre foi”, disse.

Barroso participou do painel Segurança Jurídica no Brasil no evento CEO Conference Brasil 2025, do banco de investimentos BTG Pactual, na manhã desta segunda. O seminário ocorreu em São Paulo.

Na semana passada, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou ao STF 34 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sob acusação de tramar uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula (PT).

Bolsonaro e aliados são suspeitos dos crimes de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

A denúncia da PGR liga Bolsonaro à liderança da trama golpista e foca a cronologia de ações praticadas desde 2021 até os eventos de 8 de janeiro para sustentar a tese de que esses atos já eram a execução de uma tentativa de golpe em curso.

No evento, Barroso ainda apontou que, em sua opinião, nos últimos anos, as relações entre os Poderes estão mais estáveis, apesar de fricções normais. Ele apontou como os maiores pontos de tensão: as consequências do 8 de janeiro; a investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e as dificuldades na economia e na segurança.

Sobre a denúncia contra Bolsonaro, Barroso afirmou que a situação causa certa dificuldade na pacificação do país, mas não pode ser ignorada. “Nosso papel é julgar, e não há como deixar de julgar uma articulação de golpe que aparentemente envolvia até planejamento de assassinatos”, disse.

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