MPF recorre para levar acusado por matar Bruno e Dom a júri

O MPF (Ministério Público Federal) recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para reverter a decisão que beneficiou 1 dos 3 réus acusados pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, na Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas, em 2022.

O recurso, apresentado na 4ª feira (29.jan.2025), busca levar o pescador Oseney da Costa de Oliveira a julgamento no Tribunal do Júri. Em setembro de 2023, o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) acatou recurso da defesa e considerou insuficientes as provas de sua participação nos homicídios. No dia do crime, Oseney deu carona ao irmão Amarildo, também réu, em uma canoa.

Para o MPF, Oseney tem envolvimento no crime e deve ser julgado pelo júri, assim como Amarildo da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima, acusados de duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Não há prazo para decisão do STJ.

Entenda

Bruno e Dom foram mortos em 5 de junho de 2022, vítimas de uma emboscada enquanto viajavam de barco pela região do Vale do Javari, no Amazonas, a 2ª maior Terra Indígena do Brasil, com mais de 8,5 milhões de hectares.

A dupla foi vista pela última vez enquanto se deslocava da comunidade São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte (AM), onde se reuniria com lideranças indígenas e de comunidades ribeirinhas. Seus corpos foram encontrados 10 dias depois, enterrados a cerca de 3 quilômetros do Rio Itacoaí.

Dom Phillips, colaborador do jornal britânico The Guardian, cobria temas ambientais, incluindo conflitos fundiários e a situação dos povos indígenas, e preparava um livro sobre a Amazônia.

Bruno Pereira, ex-coordenador da Funai para Índios Isolados e Recém Contatados, havia se licenciado do órgão e passou a atuar na Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari). Em sua defesa das comunidades indígenas e da preservação ambiental, Bruno recebeu diversas ameaças de morte.


Com informações de Agência Brasil.

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