72% dos paulistanos apoiam transporte por moto via apps, diz estudo

Levantamento do Instituto Locomotiva mostrou que 72% dos moradores de São Paulo apoiam o transporte de pessoas por moto via aplicativos. Mais da metade dos paulistanos já foram passageiros do meio de locomoção, o que representa aproximadamente 6,8 milhões de indivíduos. (Eis a íntegra – 1,6MB).

Segundo a pesquisa, 76% dos paulistanos já utilizaram motocicletas como meio de locomoção, sendo que 59% foram passageiros. Os resultados também indicam que cerca de 80% dos entrevistados concordam que o serviço de transporte por moto pode ser uma alternativa rápida para chegar em casa ou cumprir compromissos.

A segurança nas viagens de moto por aplicativo também é uma preocupação para 79% dos paulistanos. Medidas como a verificação da CNH dos motoristas, suporte oferecido pelo aplicativo, registro da viagem e do motociclista, e o bloqueio de motociclistas que descumprirem as regras de trânsito são vistas como essenciais.

Ao Poder360, Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, afirmou que a familiaridade dos moradores da cidade com motocicletas e a busca por alternativas de transporte rápidas e econômicas têm impulsionado a aceitação desse serviço.

“Nós temos uma violência urbana que hoje é maior do que a violência no trânsito, portanto as pessoas temem mais andar a pé do que andar na rua. Nós temos uma dificuldade tremenda para fazer um circuito de casa para o trabalho”, explica. “A moto por aplicativo tem essa aceitação da população paulistana, antes de tudo, por ser uma solução rápida e barata para os problemas cotidianos da cidade”.

A segurança dos usuários desses serviços é uma preocupação primordial, com expectativas de que as empresas de aplicativos assegurem medidas de segurança, como a verificação da habilitação dos motoristas, a oferta de seguros e a possibilidade de compartilhamento de rotas ou gravação das corridas.

Segundo Meirelles, a opinião pública mostra-se favorável ao uso de motos por aplicativos, pressionando a Prefeitura de São Paulo a desenvolver regulamentações que atendam às necessidades de segurança dos usuários. Ele sugere que a implementação de faixas azuis, já aprovadas em áreas centrais, poderia ser estendida às periferias para aumentar a segurança dos motociclistas.

O levantamento do Instituto Locomotiva indica que, apesar das resistências da administração municipal, a justiça tende a assegurar o acesso da população a esses serviços. O desafio, de acordo com Meirelles, está em criar uma regulamentação que equilibre a demanda popular por esses serviços com a segurança dos usuários.

Justiça suspende serviço de mototáxi da 99 e Uber em SP

O juiz Eduardo Gouvêa, da 7ª Câmara de Direito Público do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), determinou na 2ª feira (27.jan.2025) a suspensão do serviço de transporte pago em motocicletas pelas empresas 99 e Uber em São Paulo. A decisão atende a um recurso da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que argumenta a incompatibilidade das atividades das empresas com as legislações municipais e federais.

Apesar de o recurso ter sido aceito pela Justiça, a decisão não determina a aplicação de multa diária de R$ 1 milhão por descumprimento, conforme solicitado pela prefeitura.

A gestão de Nunes argumenta sobre a falta de conformidade das empresas com a legislação federal de 2009, que exige que os motociclistas tenham no mínimo 21 anos, visando a segurança de condutores e passageiros.

O prefeito criticou a Uber na 4ª feira (22.jan) pelo lançamento de um serviço de transporte de passageiros por moto na cidade, afirmando que a iniciativa ignora os riscos à segurança, “só pensa no lucro” e burla uma proibição a esse tipo de atividade na capital paulista.

A Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito para investigar supostos crimes de desobediência cometidos pelas duas empresas.

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