EDITORIAL: O PERIGO DO REVISIONISMO E DA BANALIZAÇÃO HISTÓRICA

Um alerta vermelho para o mundo

Musk é acusado de fazer saudação nazista durante discurso de posse: Foto Reprodução.

A história já nos ensinou, com dor e sofrimento, o preço de normalizar ideologias extremistas e autoritárias. No entanto, assistimos com preocupação à repetição de discursos e gestos que ferem a memória de milhões de pessoas exterminadas sob regimes totalitários, como o nazismo de Adolf Hitler. Recentemente, episódios envolvendo a administração Trump e figuras públicas de destaque, como Elon Musk, trouxeram à tona algumas polêmicas que exigem uma reflexão urgente e profunda.

Durante o governo Trump, a simbologia de divisões foi constante. A adoção de políticas isolacionistas e decisões que subestimaram alianças globais corroeram os pilares de cooperação internacional que foram erguidos sobre os escombros da Segunda Guerra Mundial. A retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde não apenas enfraqueceu a liderança americana, mas também feriu a confiança global. Esses atos, combinados com políticas migratórias desumanas, que separaram famílias e questionaram o direito de crianças nascidas em solo americano, trouxeram à tona um nacionalismo agressivo e perigoso.

Mais alarmante ainda foi o aceno a simbolismos que remetem ao regime nazista, direta ou indiretamente. Seja em gestos, discursos ou decisões, qualquer aproximação com ideias que relativizem o terror do Holocausto não é apenas um desrespeito às vítimas, mas também um ato de irresponsabilidade histórica. O regime nazista exterminou seis milhões de judeus, além de milhões de outras pessoas pertencentes a grupos marginalizados. Essa memória não pode ser esquecida nem relativizada.

ALERTA VERMELHO PARA O PRESENTE E O FUTURO

A banalização de símbolos de ódio e o uso leviano da memória histórica são um ataque direto aos valores fundamentais da humanidade. As gerações presentes têm o dever moral de proteger a memória dos que sofreram e pereceram. A normalização de gestos ou discursos que relativizem essa história abre caminho para a repetição de erros que juramos nunca mais cometer.

Que líderes políticos, empresários e figuras públicas sejam responsabilizados pela repercussão de suas ações. O futuro depende de um presente vigilante e de uma sociedade que não aceita concessões frente ao ódio e à ignorância.

O IMPERIALISMO DO SÉCULO XXI: O RETORNO DA POLÍTICA DE DOMINAÇÃO

Em um mundo que deveria caminhar para a cooperação e a diplomacia, assistimos a um preocupante ressurgimento de práticas imperialistas. Durante o governo Trump, ações como a tentativa de anexação do Canal do Panamá e de territórios estratégicos como a Groelândia, e a proposta de renomear o Golfo do México para reforçar um domínio cultural, evidenciaram uma postura expansionista. Essas iniciativas ameaçam não apenas a soberania das nações envolvidas, mas também a estabilidade global.

RESISTIR AO IMPERIALISMO: UM CHAMADO À AÇÃO

O Brasil, diante desse contexto, precisa adotar uma postura firme. É essencial fortalecer suas alianças internacionais, sobretudo com a União Europeia, para garantir cooperação em áreas estratégicas como sustentabilidade e inovação tecnológica. Paralelamente, a ampliação da parceria com a China, maior parceiro comercial brasileiro, pode ajudar a diversificar os mercados e reduzir a dependência dos Estados Unidos.

Internamente, o Brasil deve investir em defesa nacional, infraestrutura logística e na promoção de direitos humanos como pilares da política externa. Essas medidas são fundamentais para proteger os interesses do país e contribuir para a construção de uma ordem internacional mais justa e equilibrada.

A era do expansionismo deve ser encerrada, e não revivida. Não podemos permitir que a ganância de alguns defina o futuro de todos. O momento de agir é agora – antes que seja tarde demais.

REFERÊNCIAS INCORPORADAS:

Wiesel, Elie. Night. Hill and Wang, 2006.

Duflo, Esther. Good Economics for Hard Times. PublicAffairs, 2019.

Trudeau, Justin. “Statement on Canada’s Sovereignty.” Governo do Canadá, 2020.

Merkel, Angela. “The Dangers of Nationalism.” Discurso na Conferência de Segurança de Munique, 2019.

Da Redação Folha do Estado

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