CEO nega intermediário em contrato milionário com Corinthians

O CEO da VaideBet, José André da Rocha Neto, afirmou em depoimento à Polícia Civil de São Paulo que desconhece Alex Cassundé, apontado como intermediário no contrato de patrocínio de R$ 360 milhões com o Corinthians. A informação foi revelada pelo UOL, que teve acesso ao documento da oitiva realizada em 12 de dezembro de 2024.

De acordo com documentos obtidos pela reportagem, Rocha Neto detalhou que a aproximação com o clube aconteceu por meio de Toninho, produtor musical de Goiânia (GO) com conexões no futebol.

Conforme o depoimento acessado pelo UOL, a reunião decisiva ocorreu no Tivoli Mofarrej São Paulo Hotel em 26 ou 27 de dezembro de 2023, com a presença do presidente Augusto Melo, do diretor administrativo Marcelo Mariano e outras duas pessoas não identificadas. Foi o primeiro encontro pessoal entre Rocha Neto e Toninho.

A diretoria corintiana, segundo o relato obtido pela reportagem, propôs o valor do patrocínio trienal de R$ 360 milhões. Rocha Neto disse que aceitou a proposta verbalmente no mesmo dia, após algumas horas de análise. Segundo ele, a intermediação ficou sob responsabilidade do clube.

O UOL teve acesso às minutas iniciais do contrato, que previam espaço para inclusão de intermediário, mas permaneceram em branco nas primeiras versões. A reportagem constatou que Cassundé só foi incluído na quarta versão do documento.

VERSÕES CONFLITANTES

Em depoimento anterior, em junho de 2024, Cassundé apresentou versão diferente à polícia. De acordo com o UOL, ele afirmou ter localizado a Vai de Bet através do ChatGPT (Inteligência Artificial) e feito contato com um funcionário chamado André.

Ainda segundo a reportagem, Cassundé disse ter conectado a empresa ao Corinthians através de Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing, e Marcelo Mariano. Em janeiro, declarou ter sido convidado para constar como intermediário, com remuneração de 7% do valor total, aproximadamente R$ 25 milhões.

Procurado pelo UOL, o Corinthians disse que a atuação do intermediário está documentada e segue práticas comuns no mercado. A Vai de Bet rompeu o contrato em 2024 após descoberta de repasse de R$ 1 milhão para empresa suspeita.

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